Académica 1 - 1 Beira-Mar (2-4 nas grandes penalidades)

E o “milagre” aconteceu!

Ponto prévio: Para quem assistiu à partida... obviamente não houve nenhum “milagre”. Simplesmente passou à eliminatória seguinte a melhor equipa, que hoje foi, sem dúvida, o Beira-Mar! Mais uma grande lição de humildade, de brio profissional de um grupo de trabalho para o qual começam a faltar adjectivos. Da nossa parte... Parabéns e Muito Obrigado!

Leonardo Jardim operou duas alterações em relação ao onze provável (para além da previsível entrada de Hugo para o lugar de Yohan): Fangueiro jogou no lugar de Élio e Leandro Pimenta, sobre a esquerda, no lugar de Pedro Araújo.

A Académica entrou ligeiramente melhor na partida, fruto da acção de João Ribeiro, a principal unidade desequilibradora da equipa mas rapidamente os auri-negros equilibraram a contenda. Seguia a partida em toada de equilíbrio, muito disputada a meio-campo, até que a Académica, aos 17’, sem muito que o justificasse, chegou à vantagem num bom lance individual de Éder: Num gesto técnico perfeito levou a melhor sobre Hugo, isolou-se perante Bruno Conceição e à saída deste não teve problemas em inaugurar o marcador.

Poderia-se pensar que o Beira-Mar iria tremer ou baixar os braços perante a desvantagem, tendo presente, ainda, todas as contrariedades por que tem passado. Puro engano.

Os forasteiros reagiram bem ao golo sofrido, continuaram a fazer o seu jogo e não tardaram os lances de perigo junto da baliza de Ricardo. 23 minutos: jogada de entendimento entre Djamal e Rui Sampaio, este entra na área sobre o lado direito e em boa posição para chutar à baliza, optou por centrar... para ninguém (seria para Rui Varela mas este chegou atrasado). Aos 25’ livre sobre a direita, a bola sobra para Rui Varela que remata à meia volta com muito perigo, o esférico é desviado por Ricardo que fez uma bela defesa.

Até ao intervalo não houve mais ocasiões de golo, a toada foi sempre de equilíbrio. Deste modo, entendemos que, no final dos 45’, o empate seria o resultado mais acertado.

2ª parte: A Académica volta a entrar melhor e tem entre os 45’ e os 60’ o seu melhor período no jogo. Exemplo: Cruzamento de Éder muito perigoso, Sougou chegou ligeiramente atrasado. Só que aos 62’ o Beira-Mar chegou à igualdade: Cruzamento da direita, a bola desvia ligeiramente em (pareceu-nos) Kanu, sobra para Fangueiro que, livre de marcação, teve tempo para tudo: dominou a bola, olhou para a baliza e rematou por baixo das pernas de Ricardo. Estava feita a igualdade.

Leonardo Jardim, que a perder preparava-se para fazer entrar Wang Gang e Élio, optou, aos 65’, apenas por este, para o lugar de Leandro Pimenta. Os auri-negros galvanizaram-se com o golo e Kanu de cabeça, aos 68’, na sequência de um canto (também na direita marcado por Artur) quase fazia o 1-2.

Nova cartada de Leonardo Jardim aos 77’ com a entrada de Gang » saída de Artur. Aos 80’ Ricardo alivia mal a bola, esta vai para os pés de Élio que do meio da rua tentou o chapéu ao guarda-redes. Aos 86’, abertura de Djamal para a esquerda, Fangueiro vai à linha, cruza rasteiro e atrasado mas ninguém conseguiu encostar.

O Beira-Mar acabou o jogo "em cima" da Académica mas sofreu um duro revés aos 90’: Djamal viu 2.º amarelo, consequente vermelho e os auri-negros ficaram reduzidos a 10.

A 1ª parte do prolongamento ficou marcada pela excelente atitude dos auri-negros que, mesmo em inferioridade numérica, em nada foram inferiores à Académica (Pedro Araújo entrou para o lugar do esgotado Fangueiro). É certo que Miguel Fidalgo esteve perto de marcar, aos 94’, mas as arrancadas do "TGV de Aveiro" também fizeram estragos: Rui Nereu (que entretanto tinha substituído Ricardo, por lesão deste) teve de sair da área e derrubar o chinês para evitar "males maiores". Na sequência do livre, sobre a direita, Kanu após lance confuso na área, rematou por cima.

A 2ª parte do prolongamento foi diferente. O Beira-Mar, cujas forças iam faltando, preocupou-se, compreensivelmente, em defender o resultado. E conseguiu-o com inteiro mérito e enorme espírito de sacrifício.

Na lotaria dos penalties, a sorte sorriu a quem mais a procurou e a mereceu, ao Beira-Mar, cujos jogadores tiveram (mais uma vez) uma atitude fantástica. Kanu foi o primeiro a falhar mas Bruno Conceição defendeu os penalties de Orlando e Emídio Rafael. Coube a Pedro Araújo marcar o penalty que conduziu o Beira-Mar aos Oitavos-de-Final da Taça de Portugal.

Última nota para o fair-play do treinador da equipa adversária que na conferência de imprensa deu os parabéns ao Beira-Mar e referiu que o jogo de hoje foi uma “lição” para os seus jogadores. Mais palavras para quê?!

Força Beira-Mar!