Beira-Mar 2 - 1 Gil Vicente

Justiça... mesmo ao cair do pano!

Em jogo muito disputado e com duas partes distintas, o Beira-Mar, que esteve a perder, fruto de um golo de Rui Pedro, logo nos minutos iniciais (9’), venceu, com inteira justiça, o Gil Vicente.

Os auri-negros deram a volta ao marcador, já na segunda parte, fruto da qualidade, garra e determinação que caracterizam o grupo de trabalho comandado por Leonardo Jardim. A equipa de Aveiro está, assim, com todo o mérito em 3º lugar, isolado, a apenas um ponto da dupla Feirense e Santa Clara.

A inclusão de Artur, Fangueiro e Élio (trio que jogou à frente da dupla Djamal e R. Sampaio e atrás do ponta-de-lança Rui Varela) no 11 inicial fazia antever um Beira-Mar de ataque frente aos gilistas. No entanto, a 1ª parte não foi famosa para os locais.

O jogo começou em toada de “parada e resposta” com o Gil Vicente a querer jogar “olhos nos olhos” do adversário. A atitude dos gilistas foi premiada com o já referido golo de Rui Pedro: o avançado gilista, lançado em profundidade, ganhou o lance a Hugo e à saída do guarda-redes atirou a contar. Estava feito o 1.º da tarde.

A partir daqui, o cariz do jogo alterou-se: O Gil recuou as linhas, no momento defensivo colocava toda a gente atrás da linha da bola, enquanto que o Beira-Mar, não obstante ter mais tempo de posse de bola, não apresentava dinâmica suficiente para desmontar a teia defensiva do adversário. Faltou alguma intensidade, velocidade e “agressividade no bom sentido” para que o Beira-Mar chegasse ao golo ainda antes do intervalo.

Mas... mesmo sem jogar bem, o Beira-Mar podia ter ido para as cabines com outro resultado, se não vejamos: Élio aos 17 na transformação de um livre directo proporcionou boa defesa a Márcio Ramos; Remate perigoso de Artur, aos 21, após boa jogada de Djamal e Rui Sampaio e aos 27’ uma ocasião soberana para empatar a partida: Jogada de contra-ataque conduzida por Élio, Fangueiro entra na área e é derrubado por um defesa contrário. Artur chamado à conversão do penalty, permitiu a defesa do guardião gilista. Aos 39’, nova boa oportunidade para empatar: Varela isolou Élio, que, em boa posição, atirou ao lado.

Na 2ª parte, tudo foi diferente. O Beira-Mar entrou a "todo o gás", a jogar com muito mais velocidade e pelos flancos, explorando, sobretudo, o lado esquerdo da defesa dos visitantes. Esta postura dos auri-negros teve imediata recompensa, aos 49’, com o golo do empate marcado por Rui Sampaio, num excelente remate cruzado, após cruzamento rasteiro e atrasado de Fangueiro.

Se a 1ª parte tinha sido equilibrada, a 2ª... só deu Beira-Mar. O jogo a “100 à hora” dos aveirenses não permitia grandes aventuras por parte dos gilistas, que na segunda parte apenas tiveram como únicas preocupações... defender e queimar tempo. Em sentido oposto, os auri-negros subiam de produção a cada minuto que passava e para isso muito contribuiu a entrada de Yartey, cerca dos 62’. Aqui uma nota: pareceu-nos injusta a saída de Fangueiro que hoje rubricou uma boa exibição. Quanto a nós deveria ter saído Artur, que protagonizou uma exibição esforçada, é certo, mas também muito precipitada.

Voltemos ao jogo e para destacar Yartey. Não há dúvida: Dá gosto ver jogar o ganês, que rapidamente assumiu a batuta e encostou definitivamente o Gil Vicente às cordas. Os foresteiros não conseguiam respirar, nem ligar uma jogada. Pouco tempo depois (74 mins.), o “golpe final” com a entrada de Gang para o lugar de Artur.

O tempo passava, as ocasiões de golo para o Beira-mar sucediam-se, por exemplo: Gang em grande jogada no flanco direito aos 79’. O público, galvanizado com a exibição dos auri-negros, “pedia a remontada”... a equipa acreditou até ao fim e a vitória acabou por chegar no último minuto da partida: Lance polémico, uma vez que há um jogador do Gil que ficou estendido no relvado, em plena área do SCBM, aparentemente lesionado. Os locais, talvez fartos do anti-jogo gilista, continuaram o lance, a bola é enviada para Varela que remata à entrada da área, o guarda-redes defende de forma incompleta e Wang Gang na recarga... marca o golo da vitória, para delírio dos cerca de 1000 espectadores presentes no EMA.

Golo inteiramente justo, refira-se, que premiou a melhor equipa e aquela que mais quis ganhar o jogo. O Gil pagou caro o anti-jogo praticado e o facto de, desde cedo, ter cedido à tentação defender o resultado.

Força Beira-Mar!