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segunda-feira, 22 de março de 2010

Nem o associativismo nem as SADs são a solução

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"Em Espanha a Lei do Desporto de 1990 ditava que todos os clubes se deveriam converter em Sociedades Anónimas Desportivas (SAD). Esta necessidade surgiu da falência de quase todas os clubes, devido aos elevados impostos e custos de gestão. A solução parecia simples: os clubes apenas teriam que se preocupar em gerir correctamente o seu dinheiro. Nessa altura todos os clubes eram associações onde, nem os sócios, nem os administradores respondiam com o seu património para colmatar as perdas financeiras que se registavam repetidamente.
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Mas a realidade veio demonstrar que a solução não era tão fácil como se previa. A maioria das SADs, tiveram dificuldades económicas, entrando inclusive no sistema de pagamento de dívidas do Governo Espanhol (Lei Concursal) para não verem os seus clubes terminarem. Foram os casos do Hercules, Logroñes, Compostela, Oviedo, Las Palmas, Sp. Gijon, e Real Sociedad. No panorama internacional também existem fracassos económicos de clubes que se converteram em SADs, como são os casos do Borussia Dortmund na Alemanha e da Fiorentina e Parma em Itália.
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Das quatro equipas Espanholas que permaneceram como associações desportivas, foi-lhes imposto que os seus dirigentes fossem responsabilizados pela sua gestão. Mas mesmo assim clubes como o Real Madrid ou FC Barcelona não evitaram o aumento das suas dívidas. Ainda assim, clubes que foram transformados em SADs, como os da Premier League, continuam a conseguir êxitos desportivos, sendo a grande parte das suas dívidas provenientes dos empréstimos que os proprietários contraíram nas aquisições dos clubes. Apesar de todas as SADs serem supervisionadas por autoridades financeiras como a CMVM em Portugal e a CNMV em Espanha, em ambas as situações os adeptos perderam a sua capacidade de influência nos clubes, onde o capital passou a concentrar-se em poucos accionistas.
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Uma alternativa são as SADs mistas Portuguesas, onde podem existir diversos accionistas, mas a maioria do capital está nas mãos dos clubes. (Sabemos nós Portugueses, que também este sistema não resulta, pois as dívidas dos clubes em Portugal continuam a aumentar, existindo mesmo uma série de clubes sem dinheiro sequer para pagar aos seus jogadores). Algo que também ocorre na Bundesliga, onde os clubes são geridos por duas entidades; a direcção do clube por um lado e gestores financeiros e comerciais por outro. Nos clubes Alemães estes gestores financeiros e comerciais podem mesmo ser empresas privadas, como é o caso da SPORTFIVE que gere grande parte do comércio dos clubes na Alemanha. Este sistema também não está isento de riscos como foram os casos da falência dos clubes Argentinos, Quilmes e Racing Avellaneda.
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Agora que se discute uma nova forma de organização para os clubes profissionais, não se devem esquecer os erros cometidos no passado, onde os clubes abraçaram cegamente o modelo SAD. No entanto não podemos esquecer que o dinheiro e o desporto são duas faces inseparáveis da mesma moeda que se chama futebol."

Luis Carlos Sánchez – Analista Económico, Espanha

15 comentários:

Anónimo disse...

texto pertinente...

Nuno Q. Martins disse...

Caros,

Parece-me que a conclusão a retirar deste texto é que não há modelos "perfeitos". Mas isso já nós sabiamos. O sucesso depende muito da gestão.

No caso do Beira-Mar, o clube para manter a estrutura profissional precisa de capital (só o conseguirá (?) a curto-prazo através da criação da SAD) e necessita de profissionalizar a sua gestão, dando-lhe a estabilidade que as sucessivas direcções / comissões administrativas que têm passado pelo clube não têm conseguido implementar.

Saudações Beiramarenses!

Unknown disse...

No passado não havia uma SAD no Beira-Mar, e as gestões do clube foram "um Deus nos acuda...".
Tudo depende da sua gestão. Numa empresa, num clube, numa SAD, e até mesmo na nossa casa por muito dinheiro que haja, se a gestão não for bem feita quer queiramos ou não o sucesso é zero.

Rui Almeida disse...

se tudo depende da gestao,é mesmo necessario uma sad? se for mal gerida vai dar ao mesmo..e o fim é igual com ou sem sad,certo?

Anónimo disse...

Concordo com o Rui Almeida. Mas a lavagem cerebral do clã Martins continua.

AV.

Daniel disse...

Rui Almeida e Anónimo que consigo concorda. A questão é que os bons gestores só estão dispostos a ir gerir o Beira-Mar se puderem ter lucro com isso. Aliado a isso, o estado financeiro do Beira-Mar impõem injecção de capital urgente, pelo que ser bom gestor por si só já não é suficiente. Como diria o outro, é preciso po-lo!

O tempo dos mecenas que davam cabo do cabedal (fisica e financeiramente) já acabou há muito, senão tinham aparecido para pegar no Beira-Mar em vez de se terem constituido Comissões Administrativas.

Não tenhamos memória curta esquecendo que há bem poucos meses o Beira-Mar esteve para fechar portas.

E deixem-se desse ódio gratuito à familia Martins, só porque sim, que isso não ajuda em nadinha a que saibamos definir o rumo a dar ao Beira-Mar.

Anónimo disse...

Isto faz-me lembrar a estória do Velho, do Rapaz e do Burro ..., Lembram-se?
Carlos Tomé

Nuno Q. Martins disse...

Caro Rui Almeida,

Efectivamente, o sucesso futuro dependerá sempre da gestão, seja no âmbito do clube, seja no âmbito da SAD. O grande problema que nos trouxe a SAD para cima da mesa de discussão neste momento prende-se com o facto de ser o único (?) meio possível para fazer "entrar" dinheiro que viabilize a continuação do Beira-Mar no futebol profissional e alivie a situação de asfixia financeira actual do clube. Pelo que temos visto, ninguém está disposto a assumir os destinos directivos do clube com a carga de responsabilidades (e passivo) que o clube actualmente encerra.

No entanto, continuo a dizer que, se alguém tiver uma alternativa que viabilize o futebol profissional e/ou o clube, deverá submetê-la à votação dos sócios.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Com lavagem cerebral ou sem ela O clã Martins tenta elucidar-se e elucidar os não esclarecidos.
Trabalham e lutam pelo clube sem interesses financeiros pessoais.
É fácil criticar e estar de fora a ver o panorama, a sustentar limitações, incapacidades e a ser negativista.
Dos fracos não reza a história....

Rui Almeida disse...

Daniel,primeiro de tudo nao sou contra familia nenhuma,muito menos uma familia que se dedica ao beira mar,eu apenas nao estou bem esclarecido em relaçao ao assunto SAD,so isso..gostava de estar mais esclarecido..pelo que ja percebi,a sad é uma boa soluçao inicial,mas tambem ao que ja se escreveu sobre o assunto,fiquei com a ideia que daqui a um ano ou dois,o que seria a soluçao pode ser o problema,agradecia uma explicaçao simples e objectiva,nem todos sao licenciados em economia e gestao =P..

Anónimo disse...

A verdade Rui, é que é assim mesmo como pensas. Neste momento até pode ser a melhor solução, porque permite entrada de dinheiro. O pior é que num futuro proximo, pode ser a nossa morte.
Quando mudámos de estádio ouvia o muita gente a dizer que era a melhor solução, e que era a evolução normal - ocupar o novo estádio. Passados estes anos ouço-os a dizer que secalhar, e devido à indefinição do protocolo, teremos que voltar ao estádio antigo.

E gosto quando dizem que se houver alernativa, então que se apresente. Isto é chantagem de baixo nivel para quem esteve ligado ao clube nos ultimos anos...

Mas eu gostava mesmo é que houvesse surpresas na assembleia geral. Aí como eu gostava... Será que vai haver?

António Varela

Anónimo disse...

A SAD pode não ser a solução, mas é a alavanca necessaria para ultrapassar a actual crise, não vejo outra solução.
Rui

Anónimo disse...

Sr. Varela

Qual é a sua surpresa? Onde estava em Novembro quando a actual CA tomou posse?

Anónimo disse...

SAD = SEM AMOR DESPORTIVO
SAD = SÓ AMOR DINHEIRO

Anónimo disse...

O Xico Dias é grande mas não é grande coisa - que puxe pelas notas e forme o Clube de basket de Aveiro - serei o sócio nº 2.
Carlos Dias