Beira-Mar: Um a Um (vs Olhanense)

Como é bom fazer crónicas e avaliar o desempenho da equipa e jogadores no regresso às vitórias. De parabéns está, desde já, Paulo Sérgio. Não queremos ser “lambe-botas” mas não há duvida: Começou bem. A 2 níveis: Por um lado no discurso, na motivação incutida no grupo de trabalho, por outro, no plano táctico e aqui cumpre assinalar a melhoria registada relativamente ao passado recente. É certo que apenas se disputaram 2 jogos e um deles terminou mas seja em 4-3-3 (Penafiel), seja em 4-4-2 (Olhanense) as jogadas têm princípio, meio e fim. Em Penafiel perdemos o jogo mas ganhámos um grupo em que os jogadores sabem o que têm de fazer e acima de tudo jogam colectivamente. O Beira-Mar passou a ser uma equipa, muito por acção dos laterais que na versão Paulo Sérgio têm papel preponderante no momento ofensivo da equipa. Há maior volume de jogo, mais velocidade. E o 4-4-2 losângulo vs Olhanense teve duas virtudes: Desde logo, o facto de o Beira-Mar jogar com 2 avançados, criando problemas na defesa contrária (forçou a substituição de Diamantino aos 34’), que não acertava nas marcações, e quando o Beira-Mar tinha a posse de bola não afunilava o jogo, bem pelo contrário, já que Artur e Camora rasgavam o flanco, direito e esquerdo, respectivamente dando profundidade ao jogo dos Aveirenses. Do ponto de vista defensivo ainda há arestas a limar, em grande parte devido, precisamente, às subidas dos laterais, cujo mecanismo de compensação será trabalhado e aperfeiçoado ao longo do tempo. Em termos individuais: Roma e Artur a subir de produção, Ratinho transfigurado, Camora a merecer por inteiro a titularidade.


Notas de 0-20:

Luiz Almeida (12) – Ouviu tremenda assobiadela nos minutos iniciais após ter chutado para a bancada a bola após atraso de um companheiro. A grande defesa aos 70’ e a atenção demonstrada nos derradeiros minutos garantem nota positiva.

Ricardo (11) – Central de raiz, não se adaptou da melhor forma a lateral direito. Como defesa cumpre mas o facto de ter instruções para atacar complicou-lhe a vida. (Não teria sido melhor apostar em Primo?) Desta forma, perde-se um central de categoria e não se ganha nada na lateral. Demorou a acertar na marcação durante os 30’ iniciais.

Buba (12) – Outro que ouviu assobios na 1ª parte. O público tem pouca paciência para certas hesitações. Esteve bem ao 22’ com corte providencial, ganhou confiança e esteve bem na 2ª parte, período em que ajudou a suster as investidas dos algarvios.

Fernando (12) – Demonstra tranquilidade em cada gesto ou movimento. Um ou outro erro, insignificante, Foi a voz de comando na defesa, atendendo à “ausência” de Ricardo no centro da defesa.

Diogo Luís (12) – Tal como Ricardo teve muitos problemas nos 30’ iniciais. Foi ultrapassado por várias vezes por Toy e C.ª. Mas atenção: Se teve alguns problemas a defender… a atacar esteve muito bem. (daí o 12 para equilibrar J) Esteve na jogada do 1.º golo e em muitas outras. Excelentes combinações com Camora, por vezes confundem-se (que o diga Pedro Proença).

Emerson (13) – Mais um golo (remate certeiro e colocado), mais uma exibição ao seu nível. Por vezes abusou do passe para trás ou para o lado. Saiu lesionado aos 68’ com o dever cumprido.

Artur (14) – Bom jogo. Fez-lhe bem a chicotada psicológica. Tanto em Penafiel como frente ao Olhanense, demonstrou argumentos mais do que suficientes para ser titular. Jogou sobre o lado direito, encostando a Emerson a defender, abrindo no flanco quando atacava. Sempre muito activo em ambos os momentos, assistiu Emerson no 1.º golo. Saiu aos 74’

Ratinho (14) - Bem... como está diferente! A chicotada faz maravilhas! Jogou como n.º 10 atrás dos avançados mas também ajudou a defender. Ninguém se lembrou de Maurinho. Dotado tecnicamente, pode fazer a diferença em pormenores. Está motivado, resta saber até quando. Há que aproveitar! :)

Camora (14) – Pela atitude, nota 20!!! Sem nunca ser brilhante, dá gosto ver jogar este miúdo! Tem pinta e garra! Agarra todas as oportunidades que os técnicos lhe dão. Temos jogador para ser o “senhor do lado esquerdo” nos próximos tempos do Beira-Mar (a lateral ou médio esquerdo). Já merece um golo (boa oportunidade aos 15’). Combina muito bem com Diogo Luís.

Roma (14) - Saúda-se o seu regresso aos golos. Falhou várias ocasiões para marcar: 4’, 14’ (isolado) e aos 48’. Acabou por se redimir aos 66’ quando correu meio-campo, contornou o guarda-redes e atirou a contar. Apesar de tanto falhanço, demonstrou que está a subir de forma, merece ser titular e pode ser muito importante nos próximos 2 jogos fora. (Santa Clara e Estoril)

Gaúcho (12) – Movimentou-se bem na frente, foi um bom parceiro para Roma mas faltou-lhe algo. Evidencia falta de ritmo competitivo. Merece, no entanto, nova oportunidade nos jogos em casa. Fora é preferível jogar apenas com Roma na frente.

Fahel (5) - Entrou para o lugar do lesionado Emerson. Foi eficaz e discreto.refrescar o meio-campo quando era notório o desgaste e quebra fisica e pouco tempo antes da expulsão de Vidigal.

João Pedro (3) – Entrou para o lugar do esgotado Artur aos 74’. Sem grande intervenção do jogo.

Pedro Santos (-) – Entrou aos 88’.