RECORD – Termina amanhã o prazo para a entrega de listas candidatas às eleições de 12 de Abril. É candidato?
MANO NUNES – Honestamente, não consigo ficar indiferente ao que se está a verificar. Tenho passado muitas noites sem dormir e diariamente equaciono o meu regresso caso não apareçam candidaturas.
R – Quando é que vai decidir?
MN – Quando disse a 31 de Outubro de 2007 numa assembleia geral para a aprovação do relatório de contas que esta direcção estava a hipotecar o clube, ninguém me quis ouvir. O presidente adjunto, Caetano Alves, frisou que no final do mandato iria deixar o clube melhor do que o recebeu. Se esta gente tem dinheiro, ao menos que tenha também a palavra.
R – Como entende a possibilidade de passar a haver uma Comissão Administrativa com alguns elementos deste executivo para gerir o clube?
MN – Isso é uma treta. Os estatutos só o permitem com a queda da direcção. Isso nunca aconteceu, nem é previsível que venha a acontecer. Os actuais dirigentes estão à espera dos dinheiros da câmara e, pelo que ouço, têm a intenção de criar uma SAD. Mas recordo que essa opção já foi reprovada numa assembleia geral do meu último mandato.
R – Nesta altura o que mais o atormenta?
MN – É assistir ao divórcio dos aveirenses em relação ao clube. Os actuais dirigentes fazem do Beira-Mar uma autêntica feira de vaidades e não se preocupam minimamente com o essencial. As dívidas acumulam-se na banca e aos fornecedores.
R – E como vê a questão dos salários em atraso?
MN – Durante 13 anos o Beira-Mar nunca teve salários em atraso. É uma situação lamentável porque se esbanjou dinheiro a torto e a direito, sem pensar nas consequências. Hoje vemos um Beira-Mar esfrangalhado e praticamente sem soluções para manter o dia-a-dia da sua gestão.
R – Caso se candidate quem o acompanha?
MN – Durante 10 anos, de 1995 a 2005, limpei o clube de dívidas e deixei um lucro de 500 mil euros. Apoiei-me em grandes beira-marenses como o eng. Bóia, Manuel Madaíl, José Silva e muitos outros que não se farão rogados em voltar. A actual situação não me atemoriza porque tenho uma vasta experiência do dirigismo desportivo. Prometi demitir-me se não atingisse os objectivos e foi o que fiz porque apareceram candidatos.
R – Sente que os sócios o apoiam?
MN – Sem dúvida. Todos os dias recebo incentivos para me candidatar. Os sócios do Beira-Mar são pessoas que amam devotadamente o clube e, tal como eu, pressentem o pesadelo de um dia a colectividade se extinguir.
Autor: CARLOS OLIVEIRA
in Jornal Record
sexta-feira, 21 de março de 2008
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3 comentários:
Eu apoio! Força Mano Nunes! Só tu conseguirás unir os sócios em torno da causa Beira-Mar!
Força! Terá o meu voto e de muita camada jovem auri-negra.
O Mano Nunes era benvindo ao Beira Mar mas nao sei se vem. Força Mano que agora todos te querem!
Rui F
Se criarmos um movimento para apoiar o Mano Nunes ele não diz que não.
Jorge Figueiredo
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