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sábado, 16 de agosto de 2008

Basket: "Queremos subir de divisão"


Hugo Reis, novo responsável pela secção de basquetebol do Beira-Mar assume claramente o objectivo para a época 2008/09: subir ao CNB1. O sector feminino e a formação são outros dos temas retratados nesta entrevista

O que é que vos levou a «abraçar» a secção de basquetebol do Beira-Mar?
Estamos aqui em espírito de missão. Pessoalmente, o que me fez aceitar este projecto foi a paixão que tenho pelo basquetebol do Beira-Mar. Eu comecei a jogar basquetebol no Beira-Mar aos sete anos e deixei de jogar aos trinta! Eu vivi todos os grandes momentos do basquetebol do clube e senti que chegou o momento de poder ser uma ajuda aos elementos que já estavam na secção. Com o que aprendi ao longo de muitos anos, quero passar as minhas ideias e a minha paixão para a secção. Esta é uma missão que tem muitos obstáculos, mas temos que os ultrapassar com muito trabalho.

Apesar das dificuldades, está optimista quanto ao futuro do basquetebol «auri-negro»?
Eu acho que é possível estarmos optimistas porque conseguimos reunir um grupo de treinadores e de colaboradores que irão permitir uma actividade mais forte na próxima época. Há razões para estarmos optimistas mas temos que estar cientes da realidade da secção e a realidade é que a secção não abunda em dinheiro. E já que falo em dinheiro, relativamente à nossa equipa sénior masculina, gostava de esclarecer que nenhum dos nossos atletas recebe um cêntimo que seja para jogar. Temos dois jogadores que também são treinadores e por isso recebem um subsídio, mas essa era uma situação que já se verificava no ano passado. A filosofia é exactamente a mesma da época anterior.

Quais são os objectivos principais que a nova secção de basquetebol do Beira-Mar quer concretizar?
Nós queremos aproximar o basquetebol do Beira-Mar à população de Aveiro, promovendo algumas iniciativas, como, por exemplo, levar os nossos atletas seniores a eventos no exterior, ou seja, queremos que os aveirenses percebam que o basquetebol do Beira-Mar está vivo.

E relativamente à prestação desportiva da equipa sénior masculina?
Nós assumimos, claramente, que o objectivo subir de divisão. Mantivemos o núcleo base do ano passado, reforçámo-nos com três jogadores e com uma equipa técnica renovada pensamos que reunimos os «ingredientes» para subir de divisão.

Porque é que optaram por mudar de treinador?
Acima de tudo, foi uma decisão muito difícil que tivemos que tomar. Nós achámos, e demos a conhecer a nossa ideia ao próprio João Miguel, que teríamos que reforçar a equipa técnica com mais um treinador mais experiente, para desta forma, podermos assumir o objectivo de subir de divisão. Explicámos ao João Miguel que pretendíamos um treinador com um currículo mais vasto e foi o próprio João Miguel que não aceitou a nossa proposta e decidiu não continuar connosco. Nós queríamos que o João Miguel continuasse a fazer parte do nosso projecto porque ele é um grande beiramarense e fez um grande trabalho. Nós não queríamos que ele saísse, mas também compreendemos a sua decisão e percebemos que ele tem perspectivas de carreira como treinador e que tem legitimidade em querer «abraçar» outros projectos. Seja como for, ele tem sempre a «porta aberta» para um dia regressar ao Beira-Mar.

Paulo Brinca foi a vossa primeira escolha?
Nós tínhamos duas opções mas a partir do momento que soubemos que o Paulo Brinca tinha deixado os Atómicos, passou a ser a primeira opção. É um treinador mais experiente do que o João Miguel e que tinha acabado de subir uma equipa ao CNB1 no seu primeiro ano de existência. É um técnico experiente, conceituado e muito respeitado no panorama do basquetebol aveirense.

A aposta passa também pela continuidade da equipa base do ano passado…
Exactamente. O próprio treinador, desde o primeiro minuto, foi de opinião que deveríamos manter a equipa. Esta é uma equipa que está muito sintonizada com o público, criou laços de afectividade com o público e por isso não era benéfico, de um momento para o outro, acabarmos com esta realidade. Em sintonia com o treinador, decidimos reforçar-nos com poucos elementos, apenas para equilibrar o grupo.

O basquetebol do Beira-Mar não tem hoje a imagem do ano passado, mas no ano passado, mesmo a jogar no CNB2, conseguiu ter sempre muito publico a assistir aos seus jogos. Essa é a força do basquetebol do Beira-Mar?
Sim. No ano passado foi um ano muito positivo mas temos que dar um passo em frente. O público já tinha aparecido no ano anterior, mas com a obtenção de bons resultados, apareceu ainda em maior número. Os adeptos continuam de «braço dado» com o basquetebol do clube mas temos que ser mais ambiciosos. Tivemos que assumir um objectivo mais ambicioso e reforçámos a equipa com jogadores importantes para captar mais público.

O basquetebol feminino e o sector de formação

O sector feminino é neste momento o maior problema para a secção de basquetebol do clube?
Não. Nós não vamos exigir metas muito elevadas, até porque a equipa é maioritariamente composta por atletas juniores, por isso, vamos apostar na formação do basquetebol feminino. O nosso objectivo é formarmos as nossas atletas cadetes para um dia jogarem nas seniores. Não estamos preocupados com os resultados, queremos é que as nossas atletas da formação possam evoluir e que sejam o futuro da equipa sénior.

O que é que idealizam para a área da formação?
Nós queremos apostar muito forte no minibasquete que tem andado um pouco à deriva.

E porque é que o minibasquete tem tido problemas?
No ano passado tivemos uma grande pecha que foi o horário não ser favorável aos treinos dois miúdos e por isso houve muito pouca captação. Este ano queremos ter um horário que permita captar os miúdos que saem da escola e fazer algumas parcerias com colégios da cidade. O nosso objectivo é candidatarmo-nos ao estatuto de Escola Portuguesa de Minibasquete.

Depreende-se que o vosso projecto vai muito além da equipa sénior masculina…
Exactamente. Queremos dar atenção a todos os escalões que o clube tem, queremos que todos os nossos atletas sintam a mística do Beira-Mar e que tenham possibilidades de chegar às equipas seniores. Daí, a nossa preocupação em poder contar com treinadores que já tinham passado pelo clube e que possam passar aos mais novos a tal mística e a mensagem do que é que o Beira-Mar já representou no basquetebol nacional. Mas repito: temos que apostar muito no minibasquete porque o futuro passa por aí.

Que mensagem final é que quer deixar aos leitores do Diário de Aveiro?
Queria deixar uma palavra de apreço aos colaboradores que tiveram um papel importante nos últimos anos na nossa secção, mais concretamente o César Fernandes e o Domingos Macedo (que vão continuar a colaborar connosco), o Jorge, o Vasconcelos e o Carlos Bio. Estas pessoas tiveram o mérito de não deixarem o basquetebol do Beira-Mar morrer. Queria também deixar uma palavra de gratidão ao João Miguel pelo trabalho que desenvolveu nos últimos dois anos, desejar-lhe muito boa sorte para projectos futuros e dizer-lhe, claramente, que a porta do clube estará sempre aberta para quando quiser regressar como treinador num futuro próximo.

in Diario de Aveiro

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