Beira-Mar 2 - 0 Gondomar (4-5 após g.p.)

Esforço inglório.

O Beira-Mar apesar de ganho por 2-0 a partida, foi eliminado da Taça da Liga pelo Gondomar. (Não adianta muito falarmos agora do(s) critério(s) de desempate... quem se lembrou disto não perceberá muito do fenómeno do futebol... mas essas são outras contas)
Atendendo aos 2 jogos realizados, parece-nos que passou a pior equipa.
O Gondomar, que teve a sorte do jogo na 1ª mão (3 golos em 3 remates, para além de ter retirado vantagem das inúmeras ausências do Beira-Mar e da expulsão de Fary), hoje veio a Aveiro para perder por poucos e dar um festival no que diz respeito à arte de "bem saber dar pancada" com a complacência do árbitro. Tanto na 1ª parte mas sobretudo na 2ª, cada vez que o Beira-Mar construía alguma jogada de perigo, os visitantes tratavam de arrumar a questão, recorrendo, sucessivamente à falta.

Mas vamos, então, ao jogo:

O Beira-Mar alinhou com Palatsi, Sousa, Jaime, Yohan, Fernando Diniz. Levato, Lourenço, Rui Sampaio, Fangueiro, Artur e Fábio Nunes.

Tónica do jogo: Beira-Mar a dominar, Gondomar a defender e a distribuir “lenha”, e de quando em vez lá se lembrava de contra-atacar. A 1ª jogada de perigo do Beira-Mar surge aos 13’ (boa combinação pelo flanco esquerdo), com resposta do Gondomar aos 18’ (cabeceamento ao poste). Faltava alguma velocidade e profundidade ao ataque auri-negro, amputado pelas ausências de Fary e Ricardo Sousa. O Gondomar defendia com todos os jogadores atrás da linha da bola, o que reduzia (e de que maneira) os espaços. Quando já todos esperavam o nulo ao intervalo, surge o 1.º golo do Beira-Mar, através de Rui Sampaio (jovem voluntarioso) no seguimento de jogada de insistência, após mais uma falta dos Gondomarenses, lance a que o árbitro deu a lei da vantagem.

Na 2ª parte: Mais do mesmo, embora o jogo do Beira-Mar tenha subido de qualidade com o acréscimo de velocidade e de lances pelos flancos, empurrando, assim, cada vez mais o Gondomar para a sua área. Os visitantes, à medida que o tempo passava, visivelmente desgastados fisicamente, abdicaram de atacar, limitando-se a defender, não hesitando em recorrer à falta por forma a anular as iniciativas dos Aveirenses. Samson e Carlos Viana podiam ter sido expulsos, tantas faltas fizeram. Sousa, em nosso entendimento, mexeu demasiado tarde. As apostas em Tiago Lemos, Wegno e Dedé (saíram Rui Sampaio, Fábio Nunes e Fernando Diniz) foram acertadas, mas sobretudo o miúdo Dedé poderia ter entrado mais cedo. Já quase a terminar a partida…jogada de contra-ataque, Artur abre na direita para Sousa, este vai à linha, cruza com conta peso e medida para a cabeçada fulminante de Dedé! Era o 2-0 e o delírio nas bancadas! O Beira-Mar tinha conseguido anular a desvantagem na eliminatória, de forma inteiramente justa, refira-se. Veio então o apito final e os tão badalados penalties, que tanta tinta fizeram correr durante a semana, à conta das trapalhadas da Liga.

Todos marcaram à excepção de Artur, curiosamente o jogador que mais se evidenciou durante a partida.

O Beira-Mar fica pelo caminho mas deixa boas indicações para a presente temporada.
Hoje, os jogadores deram tudo, demonstrando excelente atitude e alguma qualidade: Registamos a juventude da dupla de centrais, que deu boa conta de si, o bom trabalho de Levato, Rui Sampaio e Lourenço a meio-campo e a boa exibição de Artur (o mais esclarecido e o melhor em campo).
Nota (já não tão positiva) para Fangueiro (longe da melhor forma), Fernando Diniz (já o vimos fazer melhor) e Fábio Nunes (apesar de ter jogado algo desamparado na frente).

Centremos, pois, atenções na Liga Vitalis cujo início terá lugar a 24 de Agosto. A competição que verdadeiramente interessa, sem querer escamotear as utilidades motivacionais e financeiras decorrentes do acesso à fase de grupos da Taça da Liga. Acreditamos que o Beira-Mar daqui a 15 dias estará (ainda) mais forte, atendendo ao regresso de Fary e à previsível chegada dos certificados internacionais de Kanu e Cristiano. Dúvida quanto à recuperação, em tempo útil, do Ricardo Sousa.
Reiteramos a qualidade do plantel, o curto espaço de tempo em que o mesmo foi construído, o seu reduzido custo e a nossa confiança na equipa. Já se sabia que o início não iria ser fácil. A Liga Vitalis é uma prova de regularidade, em que é fundamental ganhar os jogos em casa e empatar fora. A equipa tipo do Beira-Mar tem condições mais do que suficientes para cumprir tal desígnio, podendo, assim, figurar nos lugares cimeiros do campeonato.

* Por último, nota para algo que julgávamos que não iria acontecer: As longas filas nas bilheteiras com o jogo já a decorrer. Não sabemos qual a origem de tal problema, mas é um cenário que não se poderá repetir no futuro.